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02/08/2022

 

Assembleia com falta abonada é isto: você falta na aula e é pago para participar da assembleia. Simples assim, e não veio de graça: foi conquistado em campanha salarial!  
Saiba mais: https://bit.ly/3RMLEST

 

 

 

Terça-feira, 02/08 – Superior volta às aulas e volta à luta, Uniesp condenada na Justiça, a primeira faculdade com educação antirracista, e mais: como cidadãos comuns se transformam em robôs de Bolsonaro no zap

 

CAMPANHA SALARIAL 2022

Em agosto, professores do ensino superior voltam às aulas e à luta -  As demandas das professoras e dos professores – dos auxiliares, também -  são justas e se provam necessárias: reposição da inflação e cláusulas que atendam as novas relações do trabalho docente, diante da ampliação do ensino a distância nos cursos presenciais. Sinpro SP, 01/08    https://bit.ly/3BzYcah


Uniesp: Faculdade é condenada a pagar saldo devedor do Fies - Em duas decisões semelhantes, a juíza Thaís Farinelli, da 4ª Vara Cível de Marília, condenou o Grupo Uniesp a pagar o saldo devedor dos contratos de financiamento estudantil (Fies) de dois ex-alunos da instituição. Nas duas ações os ex-alunos – graduados em Pedagogia – alegam que a instituição não teria cumprido a parte no contrato do programa “Uniesp Paga” – que estipulava algumas cláusulas, como rendimento de excelência acadêmica, por exemplo, para que a faculdade assumisse as parcelas do Fies. Marília Notícias, 30/07  https://bit.ly/3SkwCDT

 

POLÍTICA EDUCACIONAL

Bancada da educação quer prorrogar revisão de cotas, mas teme batalha eleitoral - A bancada da educação no Congresso Nacional quer votar na semana que vem um projeto para prorrogar a revisão da política de cotas em universidades e institutos federais públicos – atualmente, o limite para essa revisão é em 29 de agosto. No entanto, teme enfrentar uma batalha eleitoral com deputados a favor de mudanças ou do fim da reserva de vagas. CNN, 01/08  https://bit.ly/3zPWDDS


Unicamp vai usar reconhecimento facial para evitar fraude em cotas O sistema funciona com o uso de um tablet e foi testado pela primeira vez no vestibular de 2019. No dia da prova, são feitas fotos dos rostos dos candidatos que depois são conferidas no ato da matrícula. Todos os candidatos que fizerem a segunda fase do vestibular da Unicamp passarão pelo reconhecimento facial. Para os candidatos que optaram por concorrer pelas vagas reservadas a pretos, pardos e indígenas, a tecnologia também poderá substituir a banca de heteroidentificação. Folha de S. Paulo, 01/08   https://bit.ly/3BzMBbn


Expansão da educação a distância no Brasil é vista com ressalva por pesquisadores O avanço da educação a distância ocorre em meio à fusão de grandes grupos empresariais, que cresceram com contratos financiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para cursos noturnos e, com o menor repasse de bolsas, focaram em cursos a distância. Apesar de ser opção, a educação 100% a distância deixa de lado aspectos importantes de uma universidade, como pesquisa científica, palestras, atividades de extensão e uso de laboratórios. Zero Hora, 01/08   https://bit.ly/3PVXNDq


BA: Salvador terá primeira faculdade com educação afirmativa antirracista  O Instituto Steve Biko anunciou durante as atividades em comemoração aos seus 30 anos que fundará a Faculdade Steve Biko, primeira instituição superior na Bahia voltada para uma educação pautada no antirracismo, inclusão e diversidade. A proposta é "reverter a lógica eurocêntrica e colonial do conhecimento". A instituição, que já está com quase 80% das obras concluídas, deve ser lançada entre 2022 e 2024. Correio 24 horas, 01/08   http://glo.bo/3PX2PQc


“A população nunca teve tanta percepção de que ciência, conhecimento e educação são importantes”, afirma reitor da USP As universidades foram muito importantes no período da pandemia. Acho que a população nunca teve tanta percepção de que ciência, conhecimento e educação são importantes. As vacinas só puderam ser administradas no Brasil porque o Butantan tomou a frente dessa negociação, e os Hospitais das Clínicas de São Paulo e Ribeirão Preto fizeram os testes clínicos da Coronavac. Se o Brasil entender que o ensino superior deva ser valorizado e a geração de conhecimento deva ser realizada, vamos ter um caminho bom para a nossa sociedade”, afirmou. Jornal da USP, 01/08   https://bit.ly/3PMBeRH

TRABALHO

TRT de São Paulo elege direção até 2024 e volta a ter uma presidenta - A desembargadora Beatriz de Lima Pereira foi eleita nesta segunda-feira (1º) presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), o maior do país, com 46 municípios em sua jurisdição, na Grande São Paulo e Baixada Santista. Ela concorria com outros dois juízes. Recebeu 38 votos no segundo turno, ante 36 dados a Valdir Florindo – houve ainda quatro em branco. Beatriz é o 35º nome a ocupar o cargo e a sexta mulher a presidir a instituição. Seu mandato vigorará pelos próximos dois anos. Incluindo a primeira instância, são aproximadamente 600 magistrados na 2ª Região (94 no TRT) e 5.500 servidores. Rede Brasil Atual, 01/08   https://bit.ly/3cZmpwF

 

SAÚDE

Julho termina com queda de 41% na média móvel de casos de covid. Número de mortes fica estável - Se julho acaba com queda considerável no número de casos de covid, a comparação com o inicio do ano é mais preocupante. No primeiro dia de 2022, a média móvel era de 8.126. Assim, a média atual é de 4,2 vezes maior. Mas, embora com oscilações, a curva foi cedendo nos últimos meses. O pico do ano foi registrado em 3 de fevereiro: 189.526 casos na média semanal. No dia 11 do mesmo mês, o Conass teve a maior média de mortes de 2022 (951). Rede Brasil Atual, 01/08   https://bit.ly/3Sixw3S

 

 

 

 

      E TEM  MAIS:

Levantamento inédito mostra como cidadãos comuns se transformam em robôs de Bolsonaro em grupos de WhatsApp
The Intercept; 01/08
https://bit.ly/3vuBWL5

Grupos acompanhados por pesquisador desde 2021 funcionam como balões de ensaio para falas de Bolsonaro.

No Facebook de Salete [nome fictício], praticamente nenhuma postagem pública contém informações verdadeiras. Ela compartilha links de canais bolsonaristas no YouTube com mentiras sobre Lula, os ministros do Supremo Tribunal Federal e as eleições. Vez ou outra, aparece alguma oração ou receita.

Salete é uma cidadã comum do interior de São Paulo, mãe e dona de uma loja online de cosméticos a preços populares. Ela poderia ser apenas uma típica tia do zap, mas, desde 2021, postou sozinha mais de 10 mil mensagens em apenas três grupos bolsonaristas no WhatsApp. É a integrante mais assídua deles.

Esses e outros dados estão em um levantamento inédito feito pelo publicitário Renato Ribeiro, que é mestre em Comunicação, e monitora sistematicamente 25 grupos de WhatsApp bolsonaristas. As mais de 350 mil mensagens analisadas pelo pesquisador de janeiro de 2021 a julho de 2022 revelam que cidadãos comuns, iguais a Salete, funcionam como robôs vivos do bolsonarismo, compartilhando mensagens de forma orgânica. “Podemos dizer que essas pessoas são centrais de distribuição de conteúdo. Elas ajudam as informações desses grupos a chegarem mais longe”.

Segundo Ribeiro, os tios e tias do zap também são usados como cobaias para testar quais argumentos sobre assuntos diversos serão mais aceitos pelos apoiadores. “O que Bolsonaro fala foi experimentado antes nesses grupos. Eles funcionam como uma pesquisa qualitativa diária e constante”, afirmou.

A maioria dos grupos monitorados por Ribeiro foram criados por sistemas automáticos. “Sabemos disso porque os números de telefone são estrangeiros e não existem de fato”, disse o pesquisador. A lógica é quase sempre a mesma: o link para o grupo recém-criado é compartilhado nos que já existem. Depois que as pessoas entram e começam a interagir, é feito um chamado para que alguém assuma a moderação. Os moderadores são pessoas comuns, distantes da cúpula bolsonarista. A partir daí, tudo passa a funcionar de forma orgânica.

Um dos objetivos dos grupos criados de forma automatizada é monitorar as mensagens e testar reações a elas. “Isso é feito por meio de softwares muito bem estruturados e caros que mostram qual conteúdo gerou mais engajamento e se ele foi positivo ou negativo”, explicou Ribeiro.

Um dos assuntos que mais mobilizou os grupos monitorados por Ribeiro, em julho, foi o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu, Paraná. O crime gerou mais de 70 postagens entre os dias 10 e 15 de julho.

Segundo Ribeiro, o bolsonarismo viveu um dilema nesse caso. “Quando acontecem fatos potencialmente negativos para eles, a prática é não repercutir nos grupos e procurar mudar de assunto, se ele aparece espontaneamente. No caso de Foz do Iguaçu, porém, era preciso construir uma narrativa que desse argumentação para a militância”, ele me disse.

Assim, a primeira versão testada foi a de troca de tiros. Quatro mensagens com o mesmo conteúdo foram enviadas para um mesmo grupo no dia 10, entre 17h20 e 17h30, por um único número. Era o link para uma matéria com o vídeo da “troca de tiros entre lulista e bolsonarista”. O conteúdo também foi repetido nos dias seguintes.

Só que é mentira. Na verdade, Arruda comemorava seu aniversário num clube, numa festa decorada com bandeiras do PT e fotos do ex-presidente Lula. Guaranho foi até lá e agrediu verbalmente o aniversariante. Eles discutiram, e o policial penal prometeu voltar. E realmente voltou, armado. Antes de atirar contra Arruda, o assassino gritou: “Aqui é Bolsonaro, porra”.  Mesmo atingido, Arruda, que era guarda municipal e estava armado, reagiu e feriu o agressor – o que, segundo testemunhas, evitou uma tragédia ainda pior.

Ativos 24h por dia - O pesquisador Renato Ribeiro identificou os principais tipos de mensagens que circulam nos grupos bolsonaristas e as separou por categorias. As mídias, que são os tipos mais recorrentes, incluem vídeos, áudios, imagens e figurinhas.

Os textos aparecem em segundo lugar. Alguns deles são bem longos: 4,5% das mensagens têm mais de 1.625 caracteres, o equivalente a cerca de uma página A4 num programa de edição de texto. Mas há textos de até 16 mil caracteres. “Não são profundos, mas bem didáticos, feitos com a intenção de dar argumentos para a militância”, resumiu Ribeiro.

Em terceiro lugar vêm os links para o YouTube. Segundo o pesquisador, a maioria dos vídeos são compartilhados assim, e não com os arquivos de vídeo para visualização no próprio WhatsApp. Isso ajuda a aumentar a audiência dos canais bolsonaristas no YouTube. “Para os arquivos de vídeo mesmo, eles reservam as fake news e acusações mais pesadas. Assim, se evitam problemas judiciais, pois não há como saber quem produziu o conteúdo”, ele explicou.

Entre as mais de 350 mil mensagens analisadas, cerca de 50 mil tinham links do YouTube que levavam a 1.048 canais diferentes. Mas Ribeiro calcula que a rede bolsonarista seja formada por mais de 5.500 canais na plataforma. “Folha Política, Os Pingos nos Is e Jovem Pan News têm maior influência nos grupos, mas eles e todos os outros servem a um propósito: ajudar a construir uma forte rede no YouTube, em que o próprio canal de Jair Bolsonaro é um dos principais beneficiados”.

É pelos grupos que são fornecidos argumentos para disputas nas redes, no dia-a-dia e nos almoços com a família.

Em último lugar, vêm os links para sites de páginas com informações falsas. O Jornal da Cidade Online e o Terra Brasil Notícias são os principais – dificilmente haverá links de canais sem ligações com o bolsonarismo em um grupo, mesmo que seja para criticar o conteúdo. “Faz parte do ecossistema de comunicação bolsonarista ter suas próprias fontes de notícias”, falou Ribeiro.

Os demais tipos de mensagens, divididas por redes sociais, têm baixa frequência. Aparentemente, não há muito interesse pelo Instagram. Menos ainda pelo Twitter e pelo TikTok – ao menos por enquanto.

Horários das postagens - Ribeiro também identificou a diferença entre os horários das postagens nos grupos de WhatsApp bolsonaristas em relação aos grupos de militantes de esquerda. Enquanto os primeiros são movimentados o dia todo, com picos no horário de almoço e entre 19h e 21h, grupos como Lulaverso e Time Lula, criados neste ano, funcionam em horário reduzido. Falta a eles a espontaneidade que existe nos grupos bolsonaristas, o que explica o fato de funcionarem geralmente em comerciais.Nos grupos bolsonaristas, a troca de mensagens sobre o caso foi mais intensa no dia seguinte ao crime. A maioria delas buscava negar a motivação política do assassinato. Essa mesma tese foi convenientemente reforçada por um inquérito apressado da Polícia Civil do Paraná, concluído no dia 17.

Segundo o pesquisador, o bolsonarismo é um movimento social e vai além do desejo de ganhar as eleições. Por isso, a comunicação segue esse modelo de rede, é mais horizontalizada e orgânica, diferente de uma comunicação política tradicional.

 

Assim, é pelos grupos e por um ecossistema de comunicação – que envolve os canais no YouTube e os sites de notícias falsas – que são fornecidos argumentos para a militância de extrema direita, preparando-a para disputas nas redes sociais, nas conversas do dia-a-dia e nos almoços de domingo com a família. Para cada problema ou dificuldade, o bolsonarismo oferece aos seus adeptos uma explicação convincente a ser passada adiante.