Hoje, 06/11 – desigualdade na educação aumenta mesmo antes da pandemia, o ministro decorativo, mais cansaço com o ensino híbrido, e mais: os impactos da eleição de Biden para o Brasil.
Desigualdade educacional aumenta em 57,5% dos municípios brasileiros A desigualdade educacional aprofundou em 57,5% dos municípios brasileiros entre 2015 e 2019. Nessas cidades, a diferença de desempenho dos estudantes entre escolas com maior e menor rendimento aumentou mais do que o esperado para o período. O estudo analisou os dados das escolas das redes municipais nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 6º ano). As prefeituras são responsáveis pela matrícula de 70% dos 15 milhões de estudantes nessa etapa da educação. Na maior parte das cidades em que a desigualdade aumentou, o que se verificou foi que as escolas que já tinham Ideb mais baixo em 2015 não conseguiram avançar ou atingir a meta estabelecida para 2019, enquanto, as unidades com maior índice conseguiram melhorar ainda mais seus resultados.
Vestibulares serão com máscara nos locais de prova e webcam fiscal em casa Para oferecer processos seletivos de forma segura a milhares de candidatos durante a pandemia de Covid-19, as instituições de ensino tiveram que se adaptar. Contra aglomeração, USP e Unicamp aumentam locais de exame; Mackenzie e ESPM não terão avaliação presencial Na USP, maior universidade do país, o processo seletivo remoto, solução encontrada por muitas escolas, nunca chegou a ser uma possibilidade, por causa do grande número de inscritos. Mas o dia de vestibular será bem diferente de outrora. Em primeiro lugar, haverá o dobro de locais para a realização do exame —cerca de 150 contra 75 no ano passado, para reduzir aglomerações. Máscaras serão obrigatórias a todo momento —à exceção da hora do reconhecimento do candidato—, álcool em gel será distribuído e o distanciamento entre as carteiras será de, no mínimo, 1,5 metro. As salas terão de ser arejadas e o uso de ar-condicionado está proibido.
A distância e o desconhecimento do trabalho e os desafios do MEC (Ministério da Educação) têm causado preocupação nos bastidores do governo. Para interlocutores, saíram os ministros ideológicos, entrou o decorativo. Ribeiro não tem experiência em políticas públicas. Ele foi nomeado para agradar a ala evangélica que apoia o governo e cessar as crises criadas pelos ex-ministros de perfil ideológico Abraham Weintraub e Ricardo Vélez Rodriguez. A avaliação de integrantes nos corredores do MEC e de outras áreas do governo é que Ribeiro não assumiu liderança nos rumos da política educacional e, mais grave, não entendeu o que é ser ministro. Também no Congresso é essa a impressão. A postura se reflete na agenda oficial. Desde que assumiu o cargo, em meados de julho, Ribeiro abriu mão das atividades no MEC para participar de 14 cerimônias com Bolsonaro sem qualquer relação com a educação.
PGR pede 'celeridade' ao STF para marcar depoimento de ministro da Educação A autorização para que a Polícia Federal colha o depoimento do ministro foi concedida há um mês pelo relator do pedido de investigação no Supremo, ministro Dias Toffoli. Na ocasião, o ministro determinou que Ribeiro fosse ouvido antes de uma eventual decisão sobre o pedido de abertura de investigação.
Ser, Ânima, Cogna ou Yduqs: quem deve se sair bem no terceiro trimestre, segundo o BTG Ânima: resultados sólidos - Analistas acreditam que os resultados da Ânima (ANIM3) serão mais sólidos que os seus pares, refletindo o ciclo de admissão e as aquisições da empresa. Cogna deve ficar para trás - Já a Cogna (COGN3) deve fazer um caminho inverso da Ânima e apresentar números negativos, puxado pelo ciclo de captação fraco na Kroton e taxas mais baixas nas escolas do Sabre devido a pandemia do coronavírus. Yduqs deverá apresentar resultados mistos - Analistas esperam uma receita líquida de R$ 930 milhões para Yduqs (YDUQ3), alta de 13%, impulsionado pela Adtalem, que foi recentemente adquirida pela a empresa por R$ 1,92 bilhão. Ser terá resultados suaves - A base de alunos da Ser Educacional (SEER3) deve sofrer uma queda de 4,5% no ano, calculam os analistas. Além disso, a empresa deverá ter um ciclo de entrada desafiador.
Pandemia impacta contratos das mensalidades das escolas em 2021 As escolas privadas de todo o país começam a se preparar para o ano letivo de 2021. Diante das incertezas que permanecem por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as instituições preveem um ano de cuidados em um possível ensino presencial e ainda com oferta de ensino remoto de forma parcial ou integral, mesmo que para parte dos estudantes. Todos esses fatores têm impacto nos novos contratos e nos reajustes das mensalidades
Porto Alegre: Com volta às aulas, escolas particulares registram casos isolados de coronavírus
Com a reabertura gradual das escolas em diferentes estados do país, professores têm se desdobrado para administrar suas rotinas de trabalho entre o ensino presencial e o online —o chamado ensino híbrido. A modalidade tem sido adotada pelas redes de ensino em meio às adaptações por causa da pandemia do novo coronavírus. "Como agora é presencial e online, tenho que preparar aulas diferentes", diz a professora Cleonice Paes de Barros, 59, que dá aulas de geografia na rede estadual de São Paulo. Ela conta que tem prazer em dar aulas, mas afirma que, em meio a essas mudanças, eventualmente acaba ficando mais cansada.
Para além da torcida por Trump na disputa eleitoral, que busca realçar a afinidade ideológica com o presidente americano e animar a própria base de apoio no Brasil, existe um tema sobre o qual pesa um risco real de desencontro de Bolsonaro com a agenda do novo governo americano: o meio ambiente. Amazônia - No primeiro debate presidencial de 2020, em 30 de setembro, Biden disse: “Parem de destruir a floresta. E, se vocês não pararem, vão enfrentar consequências econômicas significativas.” Em 2019, a então senadora e agora vice-presidente eleita dos EUA, Kamala Harris, defendeu, numa série de postagens na internet, que o governo americano impusesse restrições comerciais ao Brasil como forma de pressionar Bolsonaro a conter a devastação da Amazônia. Oportunidade para guinada no Itamaraty - O professor de relações internacionais da Faap, Carlos Gustavo Poggio, disse ao Nexo que Biden deve trazer para a linha de frente de seu governo assuntos de política econômica, de política ambiental e de direitos humanos, o que pode provocar atritos com a agenda bolsonarista. Biden pode condicionar novos acordos - David Magalhães, professor de relações internacionais na PUC de São Paulo crê que as relações comerciais entre Brasil e EUA “não devem mudar substancialmente”. |
09/11/2020